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Bast, também conhecida como Bastet, Bubastis, Oubastet, Vakht ou Pasht, afasta todas as doenças e maus espíritos das mulheres e crianças. A deusa era representada como uma mulher com a cabeça de um gato, por isso, gatos da cor preta são usados para representá-la. Os principais símbolos de Bast são: Gatos, uma faca, ankh e o sistro (um antigo instrumento musical). Ela era apresentada como uma deusa calma, gentil, amistosa, benevolente e alegre.
Sua correlação com gatos era tão forte, que no antigo Egito acreditava-se que estes animais eram a reencarnação da deusa, e por isso eram venerados como tal, sendo adornados com acessórios de ouro e pedras preciosas. Tinham tratamento especial nos lares em que moravam, tendo permissão inclusive para comer do prato de seus próprios donos, e eram mumificados após a morte, ato que só era realizado com os faraós. A mumificação de gatos era tão comum que havia um cemitério para gatos em Bubastis, cidade nomeada em homenagem à deusa (Bubastis, em egípcio, Per-Bast, que significa “Casa de Bast”; hoje é conhecida como Tell-Basta), famosa por receber peregrinos que iam até lá para enterrar seus felinos falecidos, e cultuar e prestar homenagem à deusa.
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Ainda em Bubastis, no dia de Bast, era celebrado um festival anual que era considerado o mais alegre e belo dentre todos os celebrados durante o ano no calendário egípcio. Havia uma procissão de embarcações que percorriam o Nilo, em que os tripulantes tocavam flautas de lótus, pandeiros e címbalos, e os que não possuíam instrumentos acompanhavam a cantoria com danças e palmas. À cada parada, as mulheres desciam das embarcações e pregavam peças nas mulheres dos portos em que paravam, jogando roupas em suas cabeças. Ao chegar em seu destino, todos desciam das embarcações, e era realizado um banquete em homenagem à deusa, regado a muito vinho de uva.
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Bast é filha de Rá e Ísis, mãe de Mahes e esposa de Bes (Bas), e também é considerada mãe do deus-leão Miysis (senhor do massacre). Os faraós eram considerados filhos dos deuses, porém cultuavam especificamente Bast, pois acreditavam que ela os protegia em vida e os ajudava em sua jornada pós mortem.
Bast e outras divindades eram responsáveis pela escolta de Rá e às vezes enfrentavam Apophis, a serpente que o tentava engolir, o que resultaria na escuridão total. Rá navegava pelos céus em um barco, e isso diferenciava o dia e a noite.
Co-autores: Bruno Becker e Eric Borges
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