Nice, também conhecida como Nike, ou Victoria (panteão romano), é a deusa da vitória, força e agilidade, filha de Styx e Pallas, irmã de Bia, a personificação da raiva e força, Zelus, do ciúme e zelo, e Cratus, do poder e regência soberana.
Nice e seus irmãos eram companheiros próximos de Zeus, a deidade dominante do panteão grego. De acordo com o mito clássico, Styx levou seus quatro filhos para Zeus, quando o mesmo estava juntando aliados para a Titanomaquia, guerra contra as deidades mais antigas, e todos juntaram forças no Monte Olimpo. Nice assumiu o papel de cocheira divina, papel este comumente retratado na arte clássica Grega, guiando os cavalos da carruagem de Zeus durante a batalha. Após a vitória, Nice voou pelos campos de batalha recompensando os vitoriosos com glória e fama, simbolizado por uma coroa de folhas de louro. A assistência dada a Zeus por Nice e seus irmãos foi então honrada com residências permanentes no Monte Olimpo próximas a Zeus, onde os quatro agiriam como guardiões do trono de Zeus.
Com o passar do tempo, deuses antigos como Nice passaram a ser tratados como atributos de outros mais famosos, como é o caso com Atena, sendo comumente chamada de Pallas Atena quando a mesma enfrenta uma guerra, e Atena Nice quando ela se sai vitoriosa, porém é inegável que o principal atributo da deusa é a vitória. Isso é visto em um mito famoso que fala da guerra dos atenienses contra o exército persa na planície de Marathon. Após derrotarem os invasores, o exército ateniense ordena Pheidippides a anunciar o resultado à cidade de Atenas. O mensageiro então percorre a distância de 26 milhas (aproximadamente 42km), de Marathon a Atenas, durante as altas temperaturas do verão, para avisar o resultado e ao chegar na ágora ateniense exclama “Nike!” e cai morto por exaustão.
Como atributo tanto de Atena, a deusa da sabedoria, e de Zeus, Nice era representada em arte como uma figura pequena carregada na mão por essas divindades. A Nice de Atena era sempre representada sem asas, enquanto Nice por si só, sempre possuía asas. Ela às vezes aparecia carregando um galho de palmeira, uma guirlanda, ou o cajado de Hermes, simbolizando ser a mensageira da vitória. Nice é também retratada erguendo um troféu ou, frequentemente, pairando com suas asas abertas sobre os vitoriosos em competições, já que suas funções se referiam ao sucesso não só na guerra, mas em todos os empreendimentos. Na verdade, Nice gradualmente passou a ser reconhecida como uma espécie de mediadora de sucesso entre deuses e homens.
Nice foi retratada em diversos artigos de arte: em pinturas de vasos gregos antigos com uma variedade de atributos, incluindo uma coroa ou faixa para coroar um vencedor, um oinochoe e phiale (tigela e copo) para libações, um thymiaterion (queimador de incenso), um altar e uma lira para o celebração da vitória na música; em mosaicos e moedas, costuma ser mostrada segurando um galho de palmeira como símbolo de vitória; esculturas de Nice eram extremamente comuns na Grécia Antiga e usadas tanto em espaços públicos seculares de muitas categorias quanto em templos de outros deuses (Zeus e Atena), geralmente vista como uma miniatura repousada na mão direita da imagem da deidade em questão; e em locais públicos, bem como em templos, ela foi retratada em esculturas para comemorar vitórias em guerras e competições; apenas alguns santuários dedicados exclusivamente a ela são mencionados pelo geógrafo e viajante Pausânias, que notou que havia um altar exclusivamente para Nice em Olímpia próximo ao altar de Zeus, e também notou o templo de Nice em Atenas: "à direita do portal (da Acrópole, em Atenas) é um templo da Nike Apteron (sem asas).
Hoje a imagem da deusa Nice, e seu nome ainda estão vivos na sociedade. Como todos sabem, existe a marca de roupas esportivas chamada “Nike”, mas também diversas estátuas (em seu “disfarce” Romano de Victoria) ainda estão visíveis, incluindo aquelas no topo do Gate of Brandeburg (Portão de Brandemburgo), no Arc de Triomphe du Carrousel (Arco do Triunfo do Carrossel) e no Altar de Pérgamo. Sua imagem também estava gravada nas medalhas distribuídas nas olimpíadas de 2004, que aconteceram em Atenas, Grécia.
Co-autor: Bruno Becker
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