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Foto do escritorFridrik Leifr

Priapus, deus da fertilidade, jardins, vinhos, ovelhas, cabras, colmeias de abelhas e do falo

Também conhecido como: Fecundus, Mutunus, Priapos.


Priapus é filho de Dionísio e Afrodite.


Ele herdaria ao nascer a beleza de seus pais, porém, na ausência da Dionísio, Afrodite o traiu com Adônis, e após o seu retorno, o largou. Não satisfeita com a conduta da mãe, Hera tocou a barriga de Afrodite, amaldiçoando-a, fazendo com que desse luz à um bebê de extrema feiúra, mente maldosa, órgão genital incomumente grande e impotência inconveniente (sua ereção falhava no momento de consumar o ato sexual). Este filho era Priapus. Sua ereção permanente e de tamanho anormal deu origem ao termo médico “Priapismo”.


Existe uma história que conta que Afrodite, ao ver o filho que tinha dado à luz, o jogou para as montanhas, onde ele foi encontrado e criado por pastores do campo. De acordo com outras fontes, Priapus seria filho de Dionísio com uma Náiade (ninfa de água doce), e deu seu nome à cidade de Priapus, enquanto outras o descrevem como filho de Adônis, Afrodite, Hermes, ou um pai de orelhas compridas, que seria Pan ou um Sátiro.


Em um conto, temos a história de Priapus e da ninfa Lotis. (Alerta de gatilho - História sobre tentativa de estupro)

Estava acontecendo na Grécia uma festa para Dionísio, que era celebrado por costume a cada três invernos. Iam à festa todos os deuses que serviam Dionísio, e também aqueles que não eram hostis para a brincadeira, incluindo Panes (Faunos) e jovens Sátiros, e as deusas que assombram riachos e florestas solitárias (Náiades e Dríades). Também foram Silenus, montado em seu burro, e Priapus.


De todas as Deusas e criaturas presentes, Priapus se viu vítima de seu encanto pela ninfa Lotis, ele a deseja, a quer, porém a mesma o desdenhava a todo momento com incomparável beleza. Após todas as festividades encerrarem, todos caíram em um sono profundo, induzido pela quantidade de vinho ingerido. Priapus viu então a oportunidade de se aproximar de Lotis, enquanto permanecia adormecida mais afastada dos outros, para satisfazer seus desejos sexuais. Priapus se levanta e começa a caminhar na ponta dos pés até Lotis, segurando sua respiração para não ser descoberto, e ao chegar perto dela, garante que não esteja fazendo som algum a fim de não acordá-la. Ele agora estava deitado na grama ao lado da ninfa, ainda em seu sono. E ao puxar as cobertas de seus pés para realizar o ato que lhe trará felicidade, o burro de Silenus zurra alto, acordando todos, incluindo a Ninfa, que se asusta com o que está acontecendo e foge. Após o ocorrido, o burro é sacrificado em honra à Priapus, e desde então eram feitos sacrifícios do animal ao deus, pois o mesmo desenvolveu uma aversão à burros. Há outra leitura deste mesmo conto, porém com Héstia no lugar de Lótis. Nesta variante, Priapus alega ignorância ao se aproximar da Deusa, achando que a mesma era uma ninfa.


Seu culto era bastante diversificado. Ao passo que nas cidades grandes o Deus era visto como uma piada, no interior ele possuía um papel de protagonista. Sua adoração era principalmente caseira, porém há relatos de templos e monumentos erguidos em sua homenagem. Muitos acreditavam que ele era um guardião das plantações e também símbolo de saúde, fertilidade, desejo e apetite sexual, boa-sorte, e inclusive patrono dos pescadores e marinheiros, protegendo a todos contra mau-olhado. Uma coleção de 68 poemas foram compilados em uma obra chamada Priapeia, datada do século 13, aproximadamente, que falavam principalmente sobre sexualidade, desejo sexual e outros assuntos semelhantes.

Em 1979, o canadense D.F. Cassidy, em uma visita à cidade de São Francisco, nos EUA, descobre um grupo de culto ao falo que, não somente praticavam adoração religiosa ao membro, também promoviam atividades de caridade à juventude LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade. Após o fim deste grupo, ao retornar à sua cidade natal, Montreal, decide criar a Saint Priapus Church (Igreja de São Priapus), que consiste em um grupo religioso de adoração ao falo, e ensina que o órgão é a fonte de vida, beleza, felicidade e prazer. Dentre as atividades religiosas do grupo destacam-se uma variedade de atos sexuais como a masturbação grupal, felação e consumo de sêmen. A igreja possui outras matrizes no Canadá e nos Estados Unidos e para se tornar membro é necessário passar por um processo seletivo em que avaliam a seriedade do candidato, pois não serão aceitos aqueles cujo interesse é somente o sexual e não o religioso.


Co-autor: Eric Borges

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